5.ª maior falência dos EUA

<i>CIT Group</i> vai ao fundo

O maior grupo financeiro de empréstimos a pequenas e médias empresas dos EUA, o CIT Group, anunciou, domingo, que se submeterá ao capítulo 11 da Lei de Falências norte-americana. Para a administração, a decisão de abrir o processo de insolvência num tribunal do distrito de Nova Iorque representa um novo começo, depois de goradas as anteriores tentativas de resgatar a instituição centenária, actualmente incapaz de pagar os cerca de 10 mil milhões de dólares de dívida, alegam.
O Departamento do Tesouro dos EUA já havia injectado no CIT Group 2,3 mil milhões de dólares, dinheiro dos contribuintes que o Estado provavelmente não irá recuperar, avisou entretanto o governo norte-americano.
A semana passada, o CIT obteve um empréstimo de 4,5 mil milhões de dólares provenientes de vários dos seus credores, soma que se junta a outros 3 mil milhões fornecidos pelos mesmos há pouco mais de três meses.
A falência do CIT Group é a 5.ª maior da história dos EUA, depois do Lehman Brothers, da General Motors e do Washington Mutual, o ano passado, e da WorldCom, em 2002.

Bolsos cheios

A par da falência do CIT Group, outras notícias respeitantes à crise capitalista mundial têm vindo à tona nos EUA. No país onde a taxa de desemprego ronda os 16 por cento, o número de pobres é de cerca de 50 milhões e aproximadamente 7,5 milhões de famílias estão envolvidas em processos judiciais por falta de pagamento das respectivas hipotecas, segundo dados da Academia Nacional de Ciências citados num artigo de López Blanch para o Rebelion.org, centenas de milhares de milhões de dólares do programa de resgate levado a cabo pela Casa Branca têm ido parar directamente ao bolso dos grandes grupos económicos e financeiros e seus gestores, tudo em nome «de um novo começo».
De acordo com um documento elaborado pelo procurador-geral do Estado de Nova Iorque, citado no mesmo artigo de López Blanch, nove bancos que receberam 125 mil milhões de dólares da Casa Branca em 2008 distribuíram pelos seus executivos prémios no valor 30 mil milhões.
Depois do escândalo envolvendo a seguradora AIG – cujos executivos gastaram centenas de milhares de dólares numa semana de férias dias depois do governo ter adquirido 80 por cento do capital da empresa - o «relatório Cuomo» revelou que o Citigroup, onde o governo injectou 45 mil milhões, entregou compensações na ordem do milhão de dólares e apresentou perdas de quase 19 mil milhões. Já o Bank of América, que recebeu do Estado uma soma idêntica ao Citigroup, distribuiu 6300 milhões a um núcleo restrito de empregados e executivos.
A lista de compensações elaborada por Andrew Cuomo não termina aqui e inclui ainda o JP Morgan Chase, 8690 milhões; a Goldman Sachs, 4820 milhões; o Morgan Stanley, 4470 milhões; o Wells Fargo & Co. 977 milhões; o Bank of New York Mellon, 945 milhões; e o State Street Corp, 469 milhões, segundo os números divulgado no texto publicado pelo Rebelion.org.


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